28/03/2024 | 15:52

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ESTREMOZ: CANDIDATURA DA "PRODUÇÃO DE FIGURADO EM BARRO DE ESTREMOZ" A PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE FOI ENTREGUE NA COMISSÃO NACIONAL DA UNESCO

<div style="text-align: justify;"> <img alt="" src="images/Cutura/Estremoz/Bonecodeestremoz.png" style="width: 200px; height: 129px; float: left;" />O Município de Estremoz entregou ontem, dia 22 de março, à Comissão Nacional da UNESCO (CNU), o dossier de candidatura à inscrição da Produção de Figurado em Barro de Estremoz na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.</div> <div style="text-align: justify;">  </div> <div style="text-align: justify;"> A Câmara Municipal de Estremoz iniciou em outubro de 2012 um processo de promoção, investigação e produção de conhecimento, que teve por objetivo a inscrição dos vulgarmente chamados "Bonecos de Estremoz", arte emblemática desta cidade alentejana, na Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade.</div> <div style="text-align: justify;">  </div> <div style="text-align: justify;"> Como primeiro passo para a conclusão deste objetivo, a 26 de março de 2014, a Assembleia Municipal de Estremoz declarou a Produção de Figurado em Barro de Estremoz, como Património de Interesse Municipal.</div>
 
Os estudos continuaram e o Plano de Valorização e Salvaguarda do Boneco de Estremoz começa a ser colocado em prática, nomeadamente no âmbito da investigação da produção bonequeira atual e das matérias-primas dos séculos XVIII e XIX da coleção Reis Pereira, realização de conferências, renovação da exposição permanente do Museu Municipal, exposições temporárias, atividades educativas, entre outras.
 
Já em 20 de abril de 2015, com a publicação do Anúncio n.º 83/2015 da Direção-Geral do Património Cultural, concretizou-se a inscrição da Produção no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, estando todo o processo disponível na página Internet daquele Inventário, em www.matrizpci.dgpc.pt.
 
A 26 de junho desse mesmo ano, fundou-se no Museu Municipal o Centro UNESCO para a Valorização e Salvaguarda do Boneco de Estremoz.
 
Faltava então o passo final, depois de todo um trabalho de estudo, promoção e criação dos meios necessários para bom acolhimento da candidatura final. Após conclusão da componente burocrática e na apresentação de estudos, na qual o Municipio de Estremoz teve como parceiros a Direção Regional da Cultura do Alentejo e o Centro UNESCO para a Valorização e Salvaguarda do Boneco de Estremoz, o processo de candidatura foi entregue ontem, dia 22 de março, ao Embaixador da Comissão Nacional da UNESCO, Ministro Plenipotenciário Jorge Lobo de Mesquita.
 
De salientar que todo este processo de candidatura foi desenvolvido recorrendo apenas a recursos técnicos e humanos do Município de Estremoz, em estreita colaboração com o Grupo de Trabalho da Comissão Nacional da UNESCO, através do seu Comité para o Património Cultural Imaterial, colaboração que o Município de Estremoz reconhece e agradece, pelas mais valias que acrescentou à candidatura.
 
O Boneco modelado ao modo de Estremoz é uma produção artística de carácter popular, com mais de 300 anos de história, a qual era maioritariamente executada por mulheres nos primeiros séculos de existência da arte (daí não ser considerado um Ofício, mas uma simples curiosidade), que consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e realizado manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII, assente na montagem dos elementos bola, placa e rolo. Depois de efetuado o corpo da peça (cabeça, tronco e membros), e a cabeça colocada em molde para moldar a face, o boneco é vestido por intermédio de placas recortadas na forma de roupas. Seca e vai a cozer. É pintado, envernizado e novamente deixado a secar. Como acontece desde as suas origens, o seu destino é comercial. Funcionalmente, nos primórdios, o destino era religioso (imaginária). Hoje assume características decorativas e simbólicas.
 
Atualmente trabalham na arte Afonso Ginja, Célia Freitas, Duarte Catela, Fátima Estróia, Irmãs Flores, Isabel Pires, Jorge da Conceição, Maria Luísa da Conceição, Miguel Gomes e Ricardo Fonseca.
 
Fotografia: C.M.Estremoz.

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