O documentário “O Meu Caminho”, do realizador Pedro Gil Vasconcelos, que retrata o Caminho da Geira e dos Arrieiros, tem sido exibido em festivais de cinema por todo o mundo. Com uma receção positiva por parte do público e da crítica, o filme já recebeu seis prémios e três menções honrosas, tendo sido selecionado para seis festivais oficiais e tendo chegado a uma semifinal.
Filmado com um orçamento limitado, o documentário foi uma forma de adaptar o projeto original do realizador, que planeava um filme sobre o Caminho de Santiago, mas não estava a conseguir reunir as condições para o produzir. Pedro Gil Vasconcelos acabou por optar pelo baixo impacto de emissões de carbono na produção, utilizando transportes públicos e toda a fase de rodagem a pé.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros é um percurso com 240 quilómetros, que começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo, como a Geira Romana, a via do género mais bem conservada do mundo, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés.
Apesar da notoriedade crescente do Caminho da Geira e dos Arrieiros, o realizador Pedro Gil Vasconcelos está preocupado com a possibilidade de massificação do percurso, que pode ser um risco para o Parque Nacional da Peneda Gerês. Segundo dados recentes divulgados pela comissão instaladora da Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros, o percurso foi percorrido, em 2022, por menos de três peregrinos por dia, em média, e um total de três mil nos últimos seis anos.
O documentário “O Meu Caminho” é uma oportunidade para conhecer este percurso único e valorizar a sua preservação.
“O Meu Caminho” foi produzido pela Completa Mente, com edição de Marcos Nunes da Cia Films e apoio de Jorge Medeiros da VideoContacto.