CULTURA: "AS ÁRVORES MORREM DE PÉ" DE FILIPE LA FÉRIA ESTREIA BREVEMENTE NO TEATRO POLITEAMA
“Morta por dentro, mas de pé como as árvores” é a frase que ainda ecoa no imaginário do Teatro em Portugal, designadamente nas Noites de Teatro que eram emitidas pela RTP. A frase pertence ao clássico texto de Alejandro Casona e é dita no final da peça pela lendária actriz Palmira Bastos.
Tudo começa numa organização que pretende tornar as pessoas mais felizes com poesia e criatividade. Um velho senhor chega um dia ao escritório dessa estranha organização com um pedido surpreendente. O seu neto tornou-se um perigoso delinquente, mas ele quer esconder a verdade à sua mulher.
Ao longo de vários anos enganou-a escrevendo-lhe cartas fictícias, supostamente do neto, criou uma imagem de um famoso arquitecto que vive no estrangeiro. Mas um dia o neto verdadeiro envia um telegrama anunciando a sua chegada. O navio em que viaja sofre um naufrágio em que morrem todos os passageiros. O velho senhor propõe então à organização que coloque em sua casa um casal fingindo ser o neto e a sua mulher para tornar real a ilusão da avó.
Texto mítico do reportório do Séc XX, “As Árvores Morrem de Pé” experimenta e contraria os patrões clássicos do Teatro, criando fissuras nas personagens, desagregando-as da sua identidade, confrontando-as com o conceito da verdade e dos seus espelhos no poder recriador da ilusão.
Filipe La Féria irá reunir um elenco de grandes actores para esta sua nova leitura do texto de Alejandro Casona: Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, Manuela Maria, Carlos Paulo, Maria João Abreu, João D’Ávila, Hugo Rendas, Ricardo Castro, Paula Fonseca, Rosa Areia, João Duarte Costa, Patrícia Resende e os jovens actores João Sá e Pedro Goulão.