REGUENGOS DE MONSARAZ: DIA ABERTO NO COMPLEXO ARQUEOLÓGICO DOS PERDIGÕES COM VÁRIAS ATIVIDADES PARA OS VISITANTES
O complexo arqueológico dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, vai abrir as portas no dia 20 de julho para visitas. O povoado dos Perdigões foi classificado no início deste ano como sítio de interesse nacional, tendo-lhe sido atribuída a designação de monumento nacional.
O programa do Dia Aberto nos Perdigões inicia-se às 9h com a partida de todos os interessados desde a Praça da Liberdade para o complexo arqueológico em transporte oferecido pelo Município de Reguengos de Monsaraz. Pelas 9h30 será a visita à escavação arqueológica e às 11h ao Museu dos Perdigões.
A partir das 13h haverá um almoço neolítico/atelier de cozinha pré-histórica acompanhado por uma seleção de vinhos do Esporão, seguindo-se às 16h, na Torre do Esporão, uma palestra do arqueólogo António Valera, Diretor do Núcleo de Investigação Arqueológica da Era Arqueologia, sobre “O Recinto Pré-Histórico dos Perdigões: 20 anos a “construir” um monumento nacional”. No Dia Aberto nos Perdigões, iniciativa organizada pelo Esporão, pela Era Arqueologia e pelo Município de Reguengos de Monsaraz, todas as atividades são gratuitas, exceto o Atelier de Cerâmica Pré-histórica, que decorre às 16h30 e tem o custo de cinco euros por pessoa.
O povoado dos Perdigões situa-se a cerca de um quilómetro da cidade de Reguengos de Monsaraz e é um complexo arqueológico composto por vários recintos delimitados por grandes fossos, que inclui uma área de necrópole e um cromeleque ou recinto megalítico cerimonial definido por vários menires, ocupando uma área superior a 20 hectares. Iniciado no Neolítico Médio, há cerca de 5.500 anos, prolongou-se durante toda a Idade do Cobre e chegou ao início da Idade do Bronze, há 4.000 anos, altura em que ocorreram profundas mudanças sociais e cosmológicas que levaram ao seu abandono.
O local terá assumido desde o início um importante papel para as comunidades que habitavam aquela zona na Pré-História Recente e seria, provavelmente, um sítio aglutinador de populações de várias regiões, tal como um santuário, que aí se reuniam para a prática de cerimónias rituais, algumas delas relacionadas com o culto dos mortos e dos antepassados.
A Era Arqueologia iniciou as campanhas de escavações arqueológicas em 1997 e desde esse ano foram intervencionadas várias áreas, tendo sido descobertos sepulcros de inumações secundárias e de inumações primárias ou depósitos de restos de cremações humanas com cerca de 4.500 anos, que eram pouco comuns nessa época. Associado a estes contextos de cremações humanas, foi encontrado pela primeira vez em Portugal um conjunto de estatuetas antropomórficas em marfim, de grande naturalismo e beleza estética, que podem representar divindades, pessoas ou estatutos sociais concretos, ou grupos de identidade ou parentesco.