ESCAVAÇÕES EM AMMAIA REVELAM NECRÓPOLE JUNTO AO ANFITEATRO
PORTA NORTE DO MONUMENTO ROMANO FOI DESATIVADA NO SÉCULO III E USADA PARA SEPULTURAS
ÉVORA RECEBE CANTOS DE JANEIRAS COM 18 GRUPOS NAS RUAS DA CIDADE
TRADIÇÃO DO DIA DE REIS VOLTA A UNIR BAIRROS E CENTRO HISTÓRICO
Também pode interessarDESACELERAR PARA EXISTIR: ÉVORA RECEBE DEBATE SOBRE O VAGAR
PROFESSORA AGNÈS LONTRADE ANALISA O "SKHÔLÈ" E "OTIUM" E A IMPORTÂNCIA DAS PAUSAS NA SOCIEDADE ATUAL
Também pode interessarMONSARAZ ACOLHEU A APRESENTAÇÃO DA REEDIÇÃO DE “RICOS E POBRES NO ALENTEJO”
A OBRA DE JOSÉ CUTILEIRO, UM CLÁSSICO DA ANTROPOLOGIA PORTUGUESA, FOI NOVAMENTE EDITADA E DISPONIBILIZADA
DESCOBERTAS NA CAMPANHA DE 2025
Na campanha arqueológica de julho de 2025, realizada na cidade romana de Ammaia, foram identificadas novas sepulturas junto à entrada norte do anfiteatro. Os trabalhos, que integram o Plano Nacional de Trabalhos Arqueológicos, revelam que este acesso terá sido desativado na segunda metade do século III, sendo posteriormente convertido em zona funerária.
O projeto resulta de uma cooperação entre a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Museo Nacional de Arte Romano de Mérida, com apoio da Fundação Cidade de Ammaia, e insere-se num programa de investigação e formação em arqueologia com dimensão internacional.
ZONA DE ACESSO CONVERTIDA EM NECRÓPOLE
Este ano, a equipa concentrou-se na definição do muro perimetral do edifício e na escavação da porta norte. Já se conhecia a existência de uma sepultura de incineração neste local, mas as novas descobertas apontam para uma ocupação funerária mais extensa, com várias sepulturas a invadir a antiga zona de acesso ao anfiteatro.
O material arqueológico recolhido – incluindo cerâmicas, fragmentos de vidro e metais – será agora analisado e, posteriormente, integrado nas coleções expositivas do museu local.
UM DOS CINCO ANFITEATROS CONHECIDOS NA LUSITÂNIA
O anfiteatro de Ammaia é o quinto identificado na antiga província romana da Lusitânia. Terá sido construído na segunda metade do século I e usado até ao século IV. As escavações sistemáticas iniciaram-se em 2019, com apoio da Fundação “la Caixa”, no âmbito do Programa Promove Regiões Fronteiriças.
Além da investigação científica, o projeto tem também uma vertente formativa ativa, acolhendo estudantes de Licenciatura e Mestrado da Universidade de Lisboa na Escola de Verão Cidade Romana de Ammaia.
FUTURO DO MONUMENTO E INTEGRAÇÃO CULTURAL
A ambição da equipa é clara: aprofundar o conhecimento do anfiteatro, assegurar a sua preservação e integrá-lo num percurso visitável da antiga cidade. Existe ainda a intenção de o recuperar como palco de atividades culturais, nomeadamente eventos como o Festival Internacional de Música de Marvão ou o Festival de Teatro Clássico de Mérida.
A transformação da porta norte numa área funerária ilustra a evolução do uso do espaço urbano romano e reforça a importância de Ammaia como sítio arqueológico de referência.
