EL@IES 2025: ENSINO SUPERIOR DEBATE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
UNIVERSIDADE DE ÉVORA ACOLHEU O XIII ENCONTRO QUE REUNIU ESPECIALISTAS PARA REFLETIR SOBRE OS DESAFIOS DA IA NA DOCÊNCIA
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O Encontro eL@IES 2025 debateu a Inteligência Artificial no ensino superior na Universidade de Évora.
Encontro eL@IES 2025 debate educação com Inteligência Artificial na Universidade de Évora
A Universidade de Évora foi palco do XIII Encontro de Instituições e Unidades de eLearning do Ensino Superior (eL@IES 2025), que decorreu no Colégio do Espírito Santo. O evento, realizado em formato híbrido, resultou de uma organização conjunta entre o Laboratório de Educação a Distância e eLearning da Universidade Aberta (LE@D-UAb), a Universidade de Évora (UÉvora) e o Politécnico do Porto (P.Porto).
O encontro reuniu especialistas, docentes, técnicos e investigadores de instituições de ensino superior portuguesas, com o propósito de refletir sobre a “Formação Pedagógica para a Docência no Ensino Superior com IA”. Criado em 2011, o eL@IES constitui um espaço anual de colaboração interinstitucional e de promoção de práticas inovadoras em eLearning.
Abertura e Contexto Estratégico
Na sessão de abertura, Ana Paula Canavarro, Vice-Reitora para a Educação e Inovação Pedagógica da Universidade de Évora, sublinhou a relevância estratégica do encontro. A Vice-Reitora expressou o entusiasmo da UÉvora em integrar a organização do evento, considerando-o uma oportunidade de parceria com a Universidade Aberta. Adicionalmente, referiu que a edição de 2026 será acolhida pelo Porto, numa perspetiva de continuidade colaborativa e de aprendizagem mútua entre as instituições.
Ana Paula Canavarro abordou o tema central desta edição, classificando-o como “incontornável e mobilizador nos tempos que correm, ao alcance de todos, o que coloca imensos desafios”. Informou ainda que a Universidade de Évora tem em discussão pública um Referencial Comum de Orientações para o Uso da IA no Ensino, Aprendizagem e Avaliação. Há um mês, a instituição apresentou publicamente a sua Estratégia Institucional para o Uso da Inteligência Artificial, defendendo uma abordagem colaborativa e responsável.
Perspetivas e Desafios da IA no Ensino Superior
António Teixeira, Coordenador Científico do LE@D – Universidade Aberta, descreveu o eL@IES como um espaço singular de partilha e construção coletiva, que permite uma participação abrangente das instituições de ensino superior portuguesas. Enfatizou que o encontro funciona como um fórum de comunicação, partilha e transferência de conhecimento, reunindo investigadores, docentes, resultados de investigação e experiências profissionais, conferindo assim um sentido prático ao evento.
Mário Cruz, Diretor do Centro de Inovação Pedagógica do P.PORTO, alertou para os desafios significativos que a Inteligência Artificial impõe ao ensino superior. Mencionou que a IA transcende a mera ferramenta, configurando-se como uma infraestrutura cognitiva presente no quotidiano. O primeiro desafio, segundo Mário Cruz, reside em reconhecer que a IA não é neutra e que o seu impacto se manifesta frequentemente sem um escrutínio crítico. Os desafios subsequentes incluem a reconfiguração do papel do docente e a formulação de políticas educativas e de formação para os professores. Para Mário Cruz, é imperativo atuar como curadores de experiências, valorizando a partilha de práticas, a reflexão e o debate sobre as inteligências a cultivar, sempre com base na justiça cognitiva, integridade académica e dignidade humana.
Conferências e Painéis de Debate
O encontro teve início com a conferência “La Inteligencia Artificial en la Educación Online: Riesgos y Oportunidades”, proferida por Antonio García-Cabot, da Universidad de Alcalá. A manhã prosseguiu com um painel dedicado à transformação da docência com IA, onde Nuno Ricardo Oliveira (ISEC Lisboa / Nova SBE), Rogério Costa (Politécnico de Leiria) e Helena Baptista Alves (Universidade da Beira Interior) debateram a capacitação docente, práticas pedagógicas inovadoras e ferramentas de apoio à aprendizagem.
A sessão “Do Giz ao Algoritmo: o futuro da educação inteligente”, dinamizada pela equipa FCCN (FCT), proporcionou uma visão alargada sobre as tendências emergentes no ecossistema digital educativo. A tarde incluiu um painel que explorou a aprendizagem em modo multiplayer, abordando temas como chatbots, gamificação e o papel central da criatividade, com contributos de Ricardo Queirós, Erika Ribeiro e Luís Coelho, do P.PORTO.
O encerramento dos painéis coube ao terceiro, focado na avaliação digital em tempos de IA generativa, com a participação de Inés Gil Jaurena (UNED), Maria João Manatos (A3ES) e Lúcia Amante (UAb). Estes especialistas refletiram sobre a qualidade, os desafios éticos e os novos modelos de avaliação, sublinhando a abrangência e profundidade de um programa que articulou investigação, prática e visão estratégica.
Mesa Redonda e Encerramento
A jornada concluiu com a Mesa Redonda “IA e Educação Digital: um novo perfil de docente?”, que reuniu especialistas de diversas instituições para discutir o impacto da inteligência artificial no papel e nas competências do futuro corpo docente. O evento contou com o apoio da FCCN – Serviços Digitais da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

