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A época de estreia de Ivan Domingues na Fórmula 3 terminou este fim de semana em Monza, com duas corridas que não trouxeram o desfecho desejado. O jovem português de 19 anos abandonou tanto na sprint race como na feature race, mas leva consigo a experiência acumulada de 20 provas e a certeza de que pode marcar presença entre os nomes fortes do automobilismo internacional.

MONZA: QUANDO O AZAR FALA MAIS ALTO

O circuito de Monza é conhecido como o “templo da velocidade”, mas para Ivan acabou por ser um palco de frustração.

Na sprint race de sábado, o bom arranque foi imediatamente travado pelo caos na travagem da primeira curva. Sem espaço para evitar o contacto, o carro saiu para a relva e acabou contra as barreiras, ditando o abandono ainda nos primeiros metros.

No domingo, já na corrida principal, parecia encaminhado para lutar por pontos, até que um pião de Laurens Van Hoepen bloqueou a trajetória. O toque foi inevitável, a passagem pelas boxes confirmou os danos, e a corrida terminou ali. Dois abandonos que souberam a castigo depois de um fim de semana promissor.

BARCELONA: O AVISO DE QUE NÃO ERA APENAS MAIS UM ROOKIE

Se Monza deixou sabor amargo, Barcelona ficará na memória como o momento em que Ivan Domingues se apresentou em definitivo à Fórmula 3. Na corrida sprint do Grande Prémio de Espanha, o piloto de Leiria não apenas venceu — fê-lo com uma condução controlada, sem erros e a resistir à pressão de adversários mais experientes.

Essa vitória não foi um acaso. Mostrou que, apesar de ser estreante, Domingues tinha capacidade para gerir ritmo, pneus e estratégia ao nível dos melhores. Foi a corrida em que deixou de ser apenas “mais um rookie” e passou a ser visto como um rival a sério no pelotão.

O RETRATO DA PRIMEIRA ÉPOCA

Com 20 corridas disputadas e 18 pontos somados, Ivan terminou o campeonato no 20.º lugar entre 37 pilotos. À primeira vista, a classificação não revela toda a história.

Ao longo da temporada, o português demonstrou consistência em qualificações, agressividade controlada em disputas de posição e uma frieza notável para capitalizar oportunidades quando surgiam. Esses sinais, para um estreante num dos campeonatos mais competitivos do mundo, valem tanto quanto os números na tabela.

O QUE 2025 ENSINOU: SOBREVIVER ENTRE GIGANTES

A Fórmula 3 é um campo de batalha de talentos globais, todos a sonhar com a Fórmula 1. Estar nesse ambiente significa lidar com grelhas cheias de qualidade, corridas imprevisíveis e incidentes que mudam tudo em segundos.

Para Ivan, 2025 foi exatamente isso: uma aprendizagem contínua. Cada abandono, cada corrida difícil e cada ponto conquistado contribuíram para moldar um piloto mais completo. O próprio admitiu que este ano foi, acima de tudo, “uma época de aprendizagem” — e essa mentalidade é a base de quem quer crescer no desporto motorizado.

2026: A PRÓXIMA ETAPA

Embora Monza tenha fechado a época com frustração, Ivan Domingues já está virado para 2026. O objetivo é claro: regressar mais consistente, mais preparado e capaz de lutar regularmente pelo top 10.

Com a experiência acumulada, uma vitória já conquistada e um pelotão que ele conhece cada vez melhor, o português chega à próxima temporada em posição de transformar promessas em resultados concretos.

UM FINAL QUE É TAMBÉM UM RECOMEÇO

O fim de semana em Monza não foi o final feliz que muitos esperavam, mas não apaga o que ficou provado ao longo da temporada: Ivan Domingues tem velocidade, mentalidade e capacidade para crescer na Fórmula 3.

Aos 19 anos, já mostrou que pode vencer, competir com pilotos mais experientes e aprender com cada contratempo. Agora, é tempo de recuperar energias, preparar a próxima época e regressar em 2026 com ainda mais ambição.