VIAJAR SEM PRESSA: CAMPANHA ALERTA PARA OS PERIGOS DO EXCESSO DE VELOCIDADE NAS ESTRADAS PORTUGUESAS
ANSR, GNR E PSP LANÇAM AÇÃO NACIONAL DE FISCALIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO ENTRE 14 E 20 DE OUTUBRO
A ANSR, GNR e PSP lançam a campanha “Viajar Sem Pressa” de combate ao excesso de velocidade, que decorre até 20 de outubro.
“VIAJAR SEM PRESSA”: NOVA OFENSIVA CONTRA O EXCESSO DE VELOCIDADE NAS ESTRADAS PORTUGUESAS
A pressa continua a ser uma das maiores causas de tragédias nas estradas portuguesas. Para contrariar esse comportamento, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) lançam esta terça-feira, 14 de outubro, a campanha “Viajar Sem Pressa”, que se prolonga até dia 20. A iniciativa integra o Plano Nacional de Fiscalização de 2025 e aposta numa mensagem simples, mas urgente: abrandar pode salvar vidas.
UMA CULTURA DE VELOCIDADE DIFÍCIL DE TRAVAR
Em Portugal, o excesso de velocidade continua a ser um hábito perigoso e persistente. Quase 60% das infrações rodoviárias registadas estão relacionadas com condutores que circulam acima dos limites legais — um indicador que revela a dificuldade em mudar comportamentos, mesmo com fiscalização frequente.
Os números oficiais são claros sobre o impacto da velocidade: num atropelamento a 30 km/h, a probabilidade de morte ronda os 10%. A 50 km/h, sobe para 90%. Pequenos aumentos no velocímetro multiplicam, de forma brutal, o risco de consequências fatais.
A ANSR recorda ainda que um terço dos acidentes mortais está diretamente ligado à velocidade. É um dado que sublinha a importância da mensagem desta campanha — “Viajar Sem Pressa” é mais do que um conselho, é uma questão de sobrevivência.
FISCALIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO EM SIMULTÂNEO
Durante uma semana, as ações vão percorrer várias regiões do país, incluindo os Açores e a Madeira, com operações coordenadas entre ANSR, GNR e PSP. O arranque oficial acontece esta terça-feira, às 14h00, na Avenida da Índia, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha.
As equipas de fiscalização vão concentrar-se em vias de maior tráfego e acessos urbanos, enquanto a ANSR conduz atividades de sensibilização junto de condutores e peões. De Lisboa a Albufeira, passando por Alenquer, Portimão e Santarém, o objetivo é atingir quem todos os dias enfrenta o trânsito e, muitas vezes, cede à pressa.
Mais do que multas, as autoridades querem promover consciência. A ideia é mostrar que a diferença entre chegar depressa e chegar com vida pode medir-se em segundos: numa viagem de 20 quilómetros, acelerar de 50 para 60 km/h “poupa” apenas quatro minutos.
ONDE VÃO DECORRER AS AÇÕES
Segundo informação divulgada pela ANSR, as operações de sensibilização e fiscalização decorrem entre 14 e 20 de outubro, nos seguintes locais e horários:
- 14/10 | 14h00 – Avenida da Índia – Lisboa (ANSR e PSP)
- 15/10 | 22h00 – Rotunda das Freguesias – Alenquer (ANSR e GNR)
- 16/10 | 14h00 – Avenida São Lourenço da Barrosa – Portimão (ANSR e PSP)
- 17/10 | 14h00 – EN 125 Km 73,400, Fontaínhas – Albufeira (ANSR e GNR)
- 20/10 | 09h00 – EN 3, Calçadinha – Santarém (ANSR e PSP)
Estas ações integram-se no esforço conjunto das autoridades para reduzir a sinistralidade e incentivar comportamentos mais seguros ao volante.
PARTE DE UM ESFORÇO CONTINUADO
“Viajar Sem Pressa” é a décima de onze campanhas planeadas para este ano no âmbito do Plano Nacional de Fiscalização. Desde 2020, estas ações têm abordado temas como velocidade, álcool, uso de telemóveis e segurança em veículos de duas rodas — alinhadas com as recomendações europeias de segurança rodoviária.
A última campanha de 2025 está prevista para novembro, encerrando um ciclo de iniciativas que procuram consolidar uma mudança de comportamento mais profunda. Ainda assim, os resultados têm mostrado que a mudança cultural é mais lenta do que os veículos nas estradas.
A PRESSA QUE CUSTA VIDAS
O discurso institucional repete-se ano após ano, mas a mensagem permanece atual: a sinistralidade rodoviária não é inevitável. Cada travagem a tempo, cada gesto de prudência e cada decisão de não acelerar fazem parte de uma cultura de mobilidade que o país ainda está a aprender a construir.
A nova campanha pode não resolver o problema de imediato, mas deixa claro um ponto essencial — a pressa nunca compensa. E, nas estradas portuguesas, chegar um pouco mais tarde pode significar continuar a chegar.
NOTA DE CONTEXTO
Este artigo baseia-se em dados oficiais divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), no âmbito do Plano Nacional de Fiscalização 2025.

